O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil tombou 4,1% em 2020, segundo divulgou nesta quarta-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi a maior contração desde o início da série histórica atual do IBGE, iniciada em 1996, superando a queda de 3,5% registrada em 2015.
“É o maior recuo anual da série iniciada em 1996. Essa queda interrompeu o crescimento de três anos seguidos, de 2017 a 2019, quando o PIB acumulou alta de 4,6%”, informou o IBGE.
Em valores correntes, o Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) chegou a R$ 7,4 trilhões. Já o PIB per capita (por habitante) em 2020 foi de R$ 35.172, com queda de 4,8% – a maior já registrada em 25 anos.
Entre os principais setores houve alta somente na Agropecuária (2%), enquanto que a Indústria (-3,5%) e os Serviços (-4,5%) tiveram queda. Do lado da demanda, o consumo das famílias despencou 5,5% e os investimentos encolheram 0,8%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
“O resultado é efeito da pandemia de Covid-19, quando diversas atividades econômicas foram parcial ou totalmente paralisadas para controle da disseminação do vírus. Mesmo quando começou a flexibilização do distanciamento social, muitas pessoas permaneceram receosas de consumir, principalmente os serviços que podem provocar aglomeração”, avaliou a coordenadora de Contas Nacionais, Rebeca Palis.
O encolhimento do PIB em 2020 interrompeu uma sequência de 3 anos de crescimento tímido da economia e ocorreu antes do país ter conseguido se recuperar das perdas da recessão anterior, dos anos 2015-2016.
De acordo com o IBGE, a economia brasileira encerrou 2020 em um patamar semelhante ao que se encontrava entre o final de 2018 e início de 2019, 4,4% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, alcançado no 1º trimestre de 2014.
Embora tenha registrado dois trimestres seguidos de alta, o país encerrou 2020 com a economia 1,2% do patamar que se encontrava no 4º trimestre de 2019.
s únicas categorias em serviços que cresceram em 2020 foram as as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,0%) e as atividades imobiliárias (2,5%).
Na indústria, o pior desempenho foi o da construção civil (-7%), que voltou a cair depois da alta de 1,5% em 2019. Também apresentaram queda as indústrias de transformação (-4,3%), e de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-0,4%). Por outro lado, as indústrias extrativas avançaram 1,3%, devido à alta na produção de petróleo e gás que compensou a queda da extração de minério de ferro.