O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta quarta-feira (22/12) que nenhum país sairá da pandemia da COVID-19 ampliando o número de doses da vacina: “Nenhum país poderá sair da pandemia com doses de reforço“, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O diretor tem se manifestado com frequência contra a administração de doses adicionais de vacinas contra a COVID-19 enquanto uma parte da população mundial, os mais pobres, em particular em África, continua sem se vacinar.
Em videoconferência de imprensa da organização sobre a evolução da pandemia, ele afirmou que os “programas indiscriminados de reforço da vacinação tendem a prolongar a pandemia em vez de acabá-la, desviando as doses disponíveis para países que já têm altas taxas de vacinação, dando assim ao vírus mais oportunidades de se espalhar e sofrer mutações“.
A advertência de Tedros Adhanom Ghebreyesus surge quando vários países avançam com o reforço da vacinação com uma terceira dose. Israel decidiu administrar uma quarta dose a pessoas com mais de 60 anos e a profissionais de saúde por causa da variante Ômicron, considerada mais contagiosa.
O médico etíope realçou que as doses convencionadas das vacinas contra a covid-19 (duas doses) “continuam eficazes” contra as variantes do SARS-CoV-2, incluindo a Ômicron, e que “a grande maioria dos internamentos e mortes são de pessoas não vacinadas e não de pessoas que não têm doses de reforço“.
De acordo com o comitê de peritos da OMS, ao menos 126 países deram instruções para a administração de uma dose de reforço ou para uma vacinação suplementar (por exemplo de crianças), dos quais 120 já iniciaram as campanhas de inoculação com esse propósito. A maioria é de países ricos.
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